- Mas você
nunca tem vontade de fazer outra coisa? – perguntou a Menina a Formiga
Operária.
- Não,
nunca. – respondeu, sem parar seu árduo trabalho de carregar folhas gigantes
até o formigueiro – Por quê? Eu deveria?
- Não sei...
Suponho que sim. Eu tenho vontade de tantas coisas... – respondeu a Menina,
francamente.
- Isso
acontece porque você vê o mundo do seu ponto de vista, Menina. Os humanos são
cheios de vontades contraditórias. Nós, formigas operárias, não temos dúvidas:
cumprimos com nosso dever de formigas.
- Sem
descanso?
- Sem
descanso.
- Mas por
que tanto trabalho?
- Você teria
coragem de pisar em um formigueiro?
- Não... –
respondeu a Menina, sem entender muito bem.
- Consegue
imaginar uma praça ou um parque sem formigas?
- Não.
- Ficaria
tranquila se soubesse que sua casa foi tomada por formigas?
- Não!
- Viu?
Percebe a dimensão do nosso poder? Poder das formigas, nosso poder. Nós, que
somos tão pequeninas.
- Então vocês trabalham para ter poder?
- Não, Menina:
trabalhamos porque é com o trabalho que construímos nossa existência, é com
trabalho que persistimos no tempo. Com nosso esforço e suor enfrentamos a vida,
e vencemos.
- Sem nunca
descansar?
- Sem nunca
descansar.
- Entendo
completamente. – finalizou a Menina, com seriedade. – Desculpe tomar o seu
tempo. Você deve mesmo ter muito o que fazer.
A formiga
operária sorriu e rapidamente entrou no formigueiro, sem se despedir,
carregando sua folha gigante em seu interminável trabalho de formiga.
Depois
daquela conversa, a Menina ficou inquieta. Andou de um lado para o outro a
manhã inteirinha, com uma pergunta lhe martelando a cabeça, insistentemente:
Quando
dormem, com o que sonham as formigas?
Se não fosse tanto trabalho ainda por fazer, ficaria aqui o expediente todo lendo estes contos, rs.
ResponderExcluirEu ainda estou encantada com to da essa maravilha
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